quarta-feira, 15 de outubro de 2014

No pântano disforme que já nem os reflexos absorve, os crápulas são obrigados á implosão do seu onanismo, têm estrias por todo lado reflexo da sua vaidade, não por alguma forma de ligação a alguma mitológica concepção de real, mas pelas medalhas de ouro que trazem no ânus, saliva inane dos seus pares. Eles vivem no canibalismo do plástico no que isso poderá ter de menos nobre, vivem de uma antropofagia do nada que os edifica. Do cimo da montanha, parece que foi vista chegada do céu uma pedra com uma só palavra cravada. Depois tantas vezes recitada que os passos dos mamutes agonizados deixaram de ser contínuos, para ascenderem finalmente a uma manifestação de espontaneidade e criatividade. Esse pobre mundo literário feito de gente que em primeira mão cospe sobre o real, por se sentir uma torrente a contorcer-se pelas pedras sem contudo fecunda-las. Que esperáveis vós que vestiram os farrapos dos mendigos a noites agendadas por outrem, como o lobo veste a pele do carneiro para devorar uma manada, mas que a histeria da turbe só vos devorou a vós, vós lobo de vós próprios. Que esperáveis vós que hastearam como bandeiras de revolucionarismo pós-vanguardático as vossas tolhas das cozinhas, sem notar que nela ainda estava as migalhas do vosso repasto a todos os títulos burguês e normopata. Mas quando a fúria dos lobos uivar a sua revanche sanguinária, como fugirão? Como Luis XIV, a vossa vaidade é tão grande que mandaram cunhar nas moedas o vosso perfil. Mas quando os adolescentes espremerem o pus para uma água alquímica, para onde fugirão?
As vezes torna-se tudo tão claro, até o porquê de já andarem a cavar um panteão. É tragicómico ver essa luta estropiada de cocotes procurando ter a epígrafe mais fulgurante.
Já agora

Eu quero a das pedras no rim para construir castelos.

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