A revista Apócrifa prepara-se para lançar como tema Cerberus
a.k.a o cão da morte. Enquanto Aníbal Luxúria Canibal se encontra distraído a
espetar facas em si próprio, os restantes cães já reagiram. A cadelinha laica
condenou veemente a intenta por julgar que existe uma clara vertente
propagandística na publicação semanal organizada pelo defunto Colectivo
Pré-Contemporâneo, segundo a mesma, a subjugação de todo o ser animado a questiúnculas
políticas sem nenhum relevo para a redenção da terra pode ter consequências
inestimadas para a oxigenação da vida. Posição diferente assumiu Rex o cão
polícia que considerou normal haver este tipo de iniciativas por parte de
jovens ‘é melhor andarem a escrever textos do que metidos na droga ou no PAN –
estamos fartos de auto-empossadas vanguardas da classe operária’ e acrescentou ‘desde
que esteja tudo dentro da normatividade jurídica não me parece haver grande
problema’. Já o Snoopy tem muitas dúvidas em relação ao virtuosismo deste tipo
de iniciativas, relembra que adulterações dos nomes podem ser particularmente
injuriosas tal como a que foi feita por Snoop Dog, indivíduo que não só nunca
pediu desculpa publicamente pelo seu acto como demonstrou desprezo
oportunístico na mudança de nome para outro que fosse mais vendável em face da
sua nova ‘orientação musical’. Esta não é a primeira notícia de queixas
semelhantes, veja-se o caso dos herdeiros de Sir Camelot que ficaram atónitos
quando apareceu um actor de filmes pornográficos com o nome ‘ Sir Cum a Lot’.
Contudo, os detentores oficiais de toda a obra material e imaterial de mitos
civilizacionais defuntos não vão esperar que tal ofensa ocorra de novo ‘só nós
podemos retirar proveito económico dos trabalhos deles’, assumiu publicamente o
cão David, ‘a minha vida toda passei a fugir de um monstro de bullying chamado
Doberman chamado Talento que andava sempre com um Bulldog chamado Perícia
Crítica’ – (nota: esta informação pode parecer desenquadrada mas o autor
considera que toda a questão biografista-ó-confessional tem sido injustamente
desprezada pelos críticos literários’).
Já a caniche de apartamento, também presente nesta categoria genérica obituária,
apareceu a ladrar durante uma ocupação ao lidl enquanto mijava no talho flores
de plástico como etiquetas a dizer: obrigado por me defenderes meu cão-de-fila
/ afinal sempre posso morrer em cada verso meu que é lido em público / mas tu
estarás lá sempre para mim’. Quanto ao lobo-das-estepes, herdeiro da parte
remanescente da obra, observou-se uma curiosa reacção : ‘pá esses putos
estúpidos deviam largar a Porfírio e malhar masé nos cabrões do Gota Institut –
estou farto que me carimbem o cu!’.
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
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