segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Crise

A actual crise ecnómico-financeira só veio mostrar que a ciência económica mainstream é a pior ciência no que toca a explicar a economia. Publicações de Soiólogos que hoje já fazem perto duns belos dez anos prevêem esta crise, explicando as suas repercussões e causas. Tirando algumas e louváveis intentas, a ciência económica continua refém da classe que a impôs como ciência aquando do seu pretenso nascimento com Smith, que não deixa de ser uma cerimónia mediática fictícia e lurdesrodriguesada onde ninguém repara que o bebé que está a mamar nas maminhas da rainha ja tem "bué" séculos de existência ou que os professores "mais velhos" já ajudavam os "mais novos", Reuniões de grupo onde se discute políticas pedagógicas para disciplina? Sim isso... Já existia?
Mas voltando ao tema ou à temática (aviso: dependendo do grau de erudição da sua linguagem, escolha o que prefere), o que a actual crise económico-financeira veio mostrar é que a crise não pode ser explicada pela ciência económica porque este não é um problema económico: este é sobretudo um problema da lealdade ideologica da economia financiada para investigação para com os seus financiadores, e principalmente, um problema de ausência de mecanismos de crítica viáveis no nosso sistema. Quando o Barroso vem dizer " ai meu deus que não estávamos à espera disto" só nos encaminha a perguntar como é que um alto dirigente do nosso sistema nunca tinha lido os trabalhos feitos pelos sociólogos a este respeito. Tanto a União Europeia, como a República Portuguesa, sofrem não só um défice de representatividade, como também um défice de capacidade para absorver alternativas que estejam fora dos corredores do parlamento, onde o acesso é cada vez mais resguardado e elitizado. A sobrevivência da democracia passa não so pela garantia que todos possam partir em pé de igualdade no jogo democrático, como também da capacidade dela de integrar as intervenções díspares dos diversos sectores incluindo necessariamente aqueles que não se apoderaram do sistema democrático. Não é por nada que Obama ou Segoléne ou Sarkozi surgem agora no panorama político mundial, são claros sinais de democracias vivas onde a restruturação, a crítica e a renovação ocorrem naturalmente.
Falta saber se o sistema está apto a solidificar os seus sistemas de auto-crítica de forma a prever crises e resolver esta. Se se pensa resolver a crise fazendo apenas o que não se tem feito, rompendo com o que se tem feito e fazendo o contrário, como o com Plano de Estabilidade e Crescimento, então isso não passa de uma mera flutuação de curto-prazo e nada mostrará de renovador.
É preciso algo de novo e criar mecanismos para que o novo entre cada vez mais. O que não se consegue em Portugal, dada a hegemonia dos partidos parlamentares que até o espírito de renovação ja sugaram graças ao nosso Bloco de Esquerda, nem na Europa, dada a realidade económica e o facto de a Europa ser refém economicamente dos grandes países que fazem imperar salvo honrosas execpções os seus interesses. Quem era o gajo da matéria e não a ideia dominar o curso da história?

1 comentário:

Anónimo disse...

Amigo, nem mais!

Eu continuo a achar que este país já ardeu. Provavelmente ainda estava numa fase em que podia voltar atrás, quando o PS veio ao poder e toda a gente estava confiante.

Agora já não volta atrás, há imensos sectores que estão descontentes, e os problemas já entram no mundo da ganância, arrogância, e de todo o ser animal e instintivo que há em nós.

Cabe-nos a nós sabermos desligar desse mundo. Saber entender que "dinheiro é mato" é a regra Nº1. O que passa também por "fazer o que se gosta", porque se não gostas do que fazes, não tens prazer nisso, e se não tens prazer nisso, só trabalhas para ganhar dinheiro, e se só trabalhas para ganhar dinheiro dás-lhe muito mais valor do que ele realmente tem.

Talvez se todos pensássemos assim, era um mundo ideal. Não havia cristianos ronaldos a ganhar milhões por mês, nem essas brincadeiras. O problema é que nem toda a gente PODE pensar assim porque outras pessoas que não pensam assim não as deixam. Basta pensar na quantidade de gente que aos 16 anos vai trabalhar porque a família vive na miséria.

Portanto temos de nos unir para acabar com isto. Eu tornei-me comunista, vocês podem ajudar no mínimo a que haja mais gente comunista a poder dar opinião.

O comunismo não é nenhum bicho-papão... As pessoas têm medo. Eu tenho muito mais medo de morrer com uma licenciatura, pobre e triste. Estou a combater contra o "triste", mas o "pobre" também vai cair na luta...