Espanca-me
Não me construas qualquer manta de retalhos afetuosa
Deixa a harmonia da minha mundividência permanecer intacta
Eu não quero ser temido
Eu quero continuar a temer
O que acontecerá quando deixarmos de trancar a porta do
quarto à noite
Que seres fantasmagóricos poderão invadir a nossa sombra
Com palavrosas promessas e incitamentos a vícios
Deixem-nos bater furiosamente mea culpa contra o peito
Em vez de fundarem cooperativas que o alcatroam por dentro
Enquanto nos afastam das crianças para mútua proteção
A haver um abismo queremos que seja o nosso
Como a pianista enviava cientificamente cartas ao seu aluno
Sobre como queria ser fudida e insultada
Nós aceitamos a morte
Mas por vaidosismo
Queremos saber todo o ínfimo detalhe
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